IMPULSIONA DESEMPENHO
cumpre papel vital na alta
de vendas para a China
Principal acontecimento no mercado global do setor em 2019, a incidência de febre suína africana na China direcionou o país asiático a ampliar suas importações de proteínas, promovendo o aumento de 60% nas aquisições de carne bovina. Esse movimento levou à elevação de preços em um cenário no qual os fornecedores da América do Sul assumiram a posição de protagonistas, com Brasil, Argentina e Uruguai respondendo por 70% de toda a aquisição da proteína feita pelo país asiático.
Nesse contexto, a Minerva Foods foi o player com maior exposição ao mercado chinês, uma vez que tem suas plantas estrategicamente posicionadas nos três países, além de atuar também no Paraguai e na Colômbia. A estratégia diferenciada de diversificação geográfica das unidades de abate e desossa, que no Brasil está configurada em sete estados, conferiu a flexibilidade necessária para ajustar a capacidade de produção em diferentes fábricas, a agilidade para obter a matéria-prima necessária para o produto demandado e as condições para uma gestão de riscos mais eficaz contra os efeitos da volatilidade.
Juntas, Minerva Foods e Athena Foods reuniram em 2019 sete plantas habilitadas a exportar para os chineses, sendo três no Brasil, três no Uruguai e uma na Argentina, totalizando capacidade de abate de 9.940 cabeças/dia. Na Divisão Brasil da Minerva Foods, a Ásia representou 39% da receita com embarques em igual período, aumento de 12 pontos percentuais em relação a 2018. No ano, liderada pela China, a Ásia respondeu por 46% da receita das vendas externas da Athena Foods, um avanço de dez pontos percentuais na comparação anual.
Outros mercados
A abertura do leque de mercados habilitados proporcionada pela diversificação geográfica também confere à Minerva Foods condição única na América do Sul. Em 2019, a Companhia foi beneficiada com o acesso ao mercado dos Estados Unidos por meio da Argentina e a liberação de importações do Japão para a carne bovina produzida no Uruguai, país que, como Paraguai e Colômbia, também foi habilitado a exportar para a Arábia Saudita.
No Brasil, o ponto alto foi a abertura de mercado da Indonésia, um dos maiores para cortes halal no mundo – o que o país vinha tentando obter há três anos. Ao todo, dez plantas brasileiras foram habilitadas em outubro – e metade delas pertence à Minerva Foods.
Além disso, produtores sul-americanos vêm ocupando o espaço deixado pela Austrália, cuja produção foi tremendamente afetada por problemas climáticos.
Movimentos como esses sinalizam a consolidação da América do Sul como o grande fornecedor de carne bovina para o mundo e beneficiam a Minerva Foods por meio de sua diversificação geográfica e footprint operacional único no continente.
A diversificação geográfica envolve também o posicionamento estratégico de 15 escritórios distribuídos pelo mundo que não cumprem apenas papel de representação comercial. As equipes de cada escritório são formadas por profissionais locais, alinhados ao plano de negócios da sede e também profundos conhecedores da realidade e das peculiaridades dos mercados nos quais atuam. Com isso, a Companhia consegue traçar um plano específico e sólido para cada país onde sua marca está presente.
riscos transversal
potencializa ganhos
A gestão de riscos da Minerva Foods não é definida em política formal, mas trabalhada de maneira transversal e integrada. Esse tipo de gerenciamento segue orientação da Administração e se dá por meio de mecanismos e procedimentos internos com atribuições e funções de competências hierárquicas entre diversas áreas e departamentos, a fim de monitorar, mitigar e controlar os principais fatores de risco.
Para isso, há um Comitê de Riscos não estatutário, composto por membros dos órgãos da Administração, colaboradores e consultores externos. O órgão auxilia a Diretoria-Executiva e o Conselho de Administração na aplicação de medidas mitigatórias inerentes aos fatores de risco. É realizada análise constante dos aspectos capazes de afetar os negócios, a situação financeira e os resultados das operações, o que inclui monitoramento das mudanças nos cenários macroeconômico e setorial que possam prejudicar as atividades.
O propósito de evitar, mitigar e administrar impactos e riscos também tem em vista a busca de eficiência operacional, segurança e saúde dos colaboradores, atendimento ao controle ambiental e manutenção de qualidade dos produtos, de forma que sejam fabricados em condições sanitárias adequadas, em conformidade com padrões internacionais e de acordo com as práticas de bem-estar animal.
Além disso, a localização das unidades industriais em todas as importantes regiões produtoras de gado no Brasil, na Argentina, na Colômbia, no Paraguai e no Uruguai, reduz a exposição a riscos como surtos sanitários e mudanças climáticas, que podem prejudicar a produção – dependente de recursos como água, energia elétrica e ração animal.
Já os riscos relacionados a mudanças climáticas são mitigados por meio do monitoramento de acordo com critérios socioambientais de compra (rastreabilidade) que visam, entre outros aspectos, ao combate ao desmatamento.
Times formados por representantes de diferentes áreas se unem para trabalhar de forma correlacionada, lançando mão de diversos recursos e dados internos e externos, bem como do uso de inteligência artificial a fim de tornar mais eficazes as tomadas de decisão do dia a dia. A prática envolve desde a compra de matéria-prima até o fechamento e recebimento de negócios em condições que contribuem para a mitigação de riscos. Esse é um trabalho que envolve os seguintes recursos:
Beef Desk – É uma mesa que utiliza recursos tecnológicos para abastecer os gestores com informações necessárias para análises conjuntas e consistentes, a fim de tomar decisões estratégicas assertivas. É uma reunião que tem por base a leitura das forças de mercado e potencial reflexo nas curvas de preços de insumos e produtos finais, balizando a estratégia de operação nos curto e médio prazos. Vários recursos são utilizados com o intuito de mitigar o risco da volatilidade de preços e maximizar as margens.
O encontro ocorre diariamente e é coordenado pela área de Business Intelligence (Inteligência de Negócios), reunindo gestores de diversas divisões e instâncias, como as lideranças das áreas Comercial, de Planejamento e Produção, Compra de Gado, Tesouraria, Trading e Risco de Mercado. O Beef Desk está presente em todos os países onde a Minerva Foods atua com a sua subsidiária.
Princing – A área de Pricing trabalha com o gerenciamento de preços com base na análise de uma série de aspectos conjunturais e estruturais. Para definir a precificação, são analisados diariamente fatores como custos com produtos e logísticos, tributação, além de variáveis de mercado para o melhor posicionamento dos produtos e marcas, como nível de consumo, sazonalidade e concorrência nas vendas.
Choice – São realizadas as Choice Meetings, reuniões semanais para decisões relacionadas ao desmonte e à melhor alocação levando em consideração o tipo de matéria-prima e o perfil da carteira a ser atendida.
Todos esses recursos foram bastante exigidos em 2019 em razão do aumento repentino e volumoso nas vendas externas por conta da demanda chinesa, além da abertura de mercados, como foi o caso da Indonésia. Os resultados obtidos pela Companhia demonstram a eficácia dos recursos para as tomadas de decisão.
Principais riscos gerenciáveis
A preocupação com a possibilidade de ocorrência e disseminação de doenças que afetem o gado pode significar restrições ou suspensão de comercialização. Assim, a Companhia monitora frequentemente as condições sanitárias dos países onde possui unidades produtivas. Todo o gado para abate adquirido no Brasil é inspecionado por médicos veterinários do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que autoriza a produção e industrialização de carne bovina. No Paraguai, o Servicio Nacional de Calidad y Salud Animal (Senacsa) é responsável pelo controle da febre aftosa em um sistema de agendamento e verificação in loco da vacinação do rebanho por seus técnicos credenciados. O Uruguai, fiscalizado pelo Ministerio de Ganadería, Agricultura y Pesca (MGAP), é considerado país livre de aftosa com vacinação. Na Colômbia, onde foi identificado um foco de aftosa no final de 2018, o responsável por esse controle é o Ministério de Agricultura y Desarollo Rural (MADR). Na Argentina, que é fiscalizada pelo Ministerio de Ganadería, Agricultura y Pesca, a região da Patagônia tem o status de livre de febre aftosa sem vacinação e o restante do país é livre com vacinação. Outra doença que pode acometer o gado é a encefalopatia espongiforme bovina (BSE). Porém, resolução da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) reconhece Brasil, Argentina, Colômbia, Paraguai e Uruguai, onde a Companhia possui operações, como países de risco insignificante para a doença.

sustentabilidade agrega
valor à marca
Em 2019, a gestão de sustentabilidade passou a ser pauta específica na programação do Minerva Day no Brasil e em Nova Iorque, em reuniões e nos demais eventos de apresentação de resultados. A exposição do assunto também foi ampliada na imprensa e nas redes sociais.
Evolução contínua
Não há um ano, na história da Companhia, em que a gestão de sustentabilidade não tenha sido aprimorada, e em 2019 não foi diferente. Diante da preocupação do mercado com as queimadas na Amazônia, a Minerva Foods apresentou aos seus investidores o panorama positivo de sua atuação.
Um dos principais destaques é na área de Rastreabilidade de Cadeias, com o mapeamento e monitoramento geoespacial da totalidade de seus fornecedores de gado na região, garantindo que 100% em sua carteira apresentem conformidade ambiental e, trabalhista e regularidade fundiária.
O êxito desse trabalho acabou por constituir um diferencial da Companhia em seu setor. A Minerva Foods está entre as empresas auditadas pelo MPF em suas operações no Pará e, em 2018 obteve o melhor resultado entre as grandes empresas, referente ao monitoramento socioambiental da cadeia de suprimentos. A auditoria referente às compras de gado do ano de 2018 e primeiro semestre de 2019 não foi iniciada pelo MPF até o momento.
No bioma Amazônia, a Minerva Foods também passa por auditoria independente do Compromisso Público da Pecuária, tendo obtido novamente em 2019 o resultado de 100% de conformidade nas suas compras em relação ao cumprimento dos critérios socioambientais adotados.
No Brasil a Companhia monitora mais de 9 mil fornecedores na Amazônia, compreendendo um território maior que 9 milhões de hectares, o que significa realizar 100% do mapeamento geoespacial dos fornecedores situados no bioma. O compromisso se estende ao Paraguai, onde a Minerva Foods é pioneira no monitoramento geoespacial do bioma Chaco por meio de critérios adotados referentes a desmatamento ilegal, sobreposição a terras indígenas e áreas de preservação ambiental. Naquele país, em pouco mais de um ano de operação, a Companhia já dispõe de mais de 50% de seus fornecedores mapeados e de resultado de 100% de compliance atestado por auditoria independente em dezembro de 2019, realizada pela BDO RCS Auditores Independentes.
103-2 e 103-3: Avaliação ambiental de fornecedores
103-2 e 103-3: Conformidade ambiental
103-2 e 103-3: Trabalho forçado ou análogo ao escravo
Com tamanho nível de monitoramento de sua cadeia de fornecimento livre de desmatamento, a Companhia é a que mais contribui, entre as empresas do setor, para o combate às mudanças climáticas por meio da mitigação das emissões de GEE, advindos da mudança de uso do solo. É ainda a única do setor atualmente financiada pela IFC, do Grupo Banco Mundial, que apoia seu compromisso com a sustentabilidade e sua liderança no gerenciamento das questões socioambientais de sua cadeia produtiva.
Adicionalmente, desde junho de 2019, integra a Mesa Global de Carne Sustentável, a Global Roundtable for Sustainable Beef (GRSB, sigla em inglês). Composta por especialistas, acadêmicos e grandes companhias de quatro continentes, a GRSB tem como objetivo compartilhar práticas de gestão e manter diálogo construtivo sobre os caminhos da indústria global. Como nova integrante, a Minerva Foods aprimora a representatividade do continente sul-americano, que é o maior produtor de carne no mundo, em discussões globais. Com o mercado de capitais, a Companhia trabalha com muita transparência diante dos desafios da cadeia e participa ativamente com investidores e acionistas. Destaca-se nesse sentido a participação das pautas de sustentabilidade em reuniões com investidores, no Brasil e fora, e também com instituições como a Emerging Markets Investors Alliance, na qual a Minerva participa de roundtables acerca da sustentabilidade na cadeia de valor da carne bovina.
Em 2019, a Minerva Foods tornou-se membro da GRSB, a Mesa Global de Carne Sustentável, cujo objetivo é compartilhar as melhores práticas de gestão e manter um diálogo construtivo sobre os caminhos da indústria global.
Além do monitoramento, as ações na área de Rastreabilidade de Cadeias evoluíram com o início do projeto de Código QR para os produtos de nicho Angus e Estância 92 no mercado brasileiro. A ideia é que, em 2020, o código exposto nas embalagens forneça ao consumidor informações sobre a história da carne, como a região de origem, os critérios de sustentabilidade adotados pela Companhia para aquisição de matérias-primas, as certificações obtidas, o tipo e a qualidade do corte, dicas de receita e uma avaliação do consumidor. A expectativa é expandir o projeto para os demais países onde a Companhia possui operações.
A Minerva Foods aderiu, em 2019, ao Programa Brasileiro GHG Protocol e publicou seus Inventários de GEE no Registro Público de Emissões (RPE). A plataforma do RPE, mantida pelo programa, concentra inventários de companhias de diversos ramos de atuação e é tida como referência mundial.
Acesse o RPE.
e desalavancagem
guiam os negócios
Em 2019, a integração completa das operações ampliou os benefícios da diversificação geográfica e reforçou a eficácia do modelo de gestão de riscos – pilares da excelência operacional e financeira que marcam a trajetória da Minerva Foods.
Os desempenhos operacional e financeiro refletem não somente a alta na demanda por carne bovina e o bom momento da indústria, mas também a excelência da Companhia na gestão de suas operações. Foi essa combinação que proporcionou lucro líquido de R$ 16,2 milhões no ano.
Outro destaque foi a evolução da estrutura de capital. A alavancagem, medida pelo indicador dívida líquida/Ebitda e ajustada pelos recursos do follow on, foi reduzida para 2,8x, menor patamar dos últimos anos, contribuindo para que o ano fosse encerrado com sólida posição de caixa – de R$ 5,5 bilhões –, considerando os recursos das ofertas de ações.
No período, a Companhia reafirmou seu compromisso com a desalavancagem e a criação de valor para os acionistas. O Conselho de Administração aprovou nova política de destinação de resultados que amplia a capacidade da Minerva Foods de pagar dividendos, como resultado de sua estrutura de capital mais equilibrada. Essa nova política prevê aumento do payout mínimo de 25% para 50% sempre que a alavancagem no ano fechado for igual ou menor a 2,5x.
Para os próximos anos, o objetivo é potencializar ainda mais as vantagens competitivas que fizeram da Minerva Foods a maior exportadora de seu setor na América do Sul, com market share de 20%. A Companhia continuará investindo em inovação, gestão de risco e inteligência de mercado para alcançar soluções operacionais, comerciais e logísticas cada vez mais eficientes, arbitrando os mercados e permitindo que distorções se transformem em oportunidades, com menor risco e maior nível de rentabilidade.